22.4.09

Dia da Terra: Narrativa do 6.º Ano

Este é um trabalho realizado a partir de um desafio lançado pelas docentes das áreas curriculares de Língua Portuguesa e de Estudo Acompanhado.

Os alunos escolheram uma imagem e definiram a tipologia do texto, fábula. A metodologia utilizada foi um trabalho conjunto em que a turma, a partir das imagens seleccionadas, criou as personagens e situou a acção no tempo e no espaço.

A realização deste trabalho levou os alunos a um trabalho de pesquisa, enriquecendo os seus conhecimentos sobre a fauna, flora, principais actividades económicas desenvolvidas, sítios de interesse turístico e ementas típicas da ilha. Para além disso, proporcionou momentos de leitura e de escrita agradáveis que contribuíram para o desenvolvimento das competências no domínio da Língua Portuguesa.

Após várias ideias e alguma discussão, escrita e reescrita de texto, este foi o produto final.

As docentes:

Eugénia Amaral

Susana Silveira

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Uma viagem à ilha encantada


Passados anos e até mesmo séculos, uma ilha continuava desconhecido, encantada, no meio do imenso oceano Atlântico. Tinha uma monstruosa montanha que, durante algum tempo, cuspia fogo. Da cinza, adormecida pelo calor do fogo, com o passar do tempo, surgiu vida. Era o incenso, a faia, o cedro, a urze, a criptoméria e muitas outras plantas a lutarem pela sua sobrevivência, dando a toda a ilha encanto e beleza singulares. Durante o Inverno a montanha teimava em sobressair pelo manto branco de neve com que se vestia. Na Primavera sorria ao perfume das flores que brindavam toda a ilha com um aroma ímpar, do qual guardavam muito bem o segredo da receita para o ano seguinte. Com a chegada do Verão, a ilha vivia momentos de lazer maravilhosos. Até o pôr-do-sol era um espectáculo soberbo e fascinante, beijando o oceano com a silhueta da montanha, bem como toda a ilha paradisíaca. A beleza, o encanto, o ar puro e a vida de sonho brotavam por entre as pedras que, sabiamente, marcavam presença desde o primeiro momento.

Estávamos na Primavera. O sol dava a sua graça deixando os seus tímidos raios espreitarem por entre as nuvens. Os dias tornavam-se mais quentes, preparando assim a chegada do Verão.

Numa bela manhã, atraído pelo cheiro e beleza, António acordou pensando que era o grande dia. Jovem, esperto, brincalhão e de espírito aventureiro, particularmente sensível à beleza, o cachalote resolveu emergir das límpidas águas do oceano Atlântico para iniciar a sua grande viagem, por lugares que nunca viajara, mas que já tinha ouvido falar.

Deu um salto e ficou na porta de entrada da ilha, o porto da Madalena. Fechou os olhos e voltou a abrir para apreciar a ilha maravilhosa que contemplava. Com mais um salto conseguiu parar nas pastagens verdejantes, circundadas de hortências e conteiras perfumadas. Parou. Inspirou, expirou, e, novamente fechou os olhos, para melhor sentir a aroma da conteira e ouvir os passarinhos a chilrear. Quando abriu os olhos viu uma manada de vacas que se aproximavam dele.

Simpático como era, sorriu para as cumprimentar, abanando em simultâneo com a cauda.

- Muu! Muu! – retorquiram as vacas, num cumprimento hospitaleiro de boas-vindas.

Percebendo que era bem aceite, António viu ali a oportunidade de fazer novas amizades e, quem sabe, encontrar forma de ficar a saber quais os pontos principais da ilha que desejava visitar.

- Bom dia amigas! Sou novo na ilha e gostava que me orientassem, indicando os lugares que devo visitar neste paraíso. Já cá estão há muito tempo? Podem ajudar-me? – perguntou António.

- Claro, temos muito gosto em mostrar o que temos de melhor – responderam as vacas em coro – Gostamos muito de aqui estar. Muitas de nós nasceram cá, mas algumas também vieram de longe. Somos uma família muito grande, cerca de 17.000. Nem todas são tão simpáticas e prestáveis como nós, mas na generalidade somos assim por natureza.

- Somos muito importantes para a economia e subsistência da população da ilha, mas a pesca também é importante, – acrescentou a Princesa, vaca muito culta para a espécie. – Tens sorte em andar cá. És uma espécie protegida!

- Sou, sou! – apressou-se o António a responder. - Nem todos os peixes gozam desta sorte, mas é a lei da sobrevivência. Deixamo-nos de moralismos e vamos lá a aproveitar a vida. Para onde devo seguir?

- Acho que toda a ilha é digna de ser visitada – acrescentou a Malhada. – Se permitem a minha opinião, devias percorrer a ilha e visitar o Museu dos Baleeiros, o Centro de Arte e Ciência do Mar, que são locais, do teu interesse, mas também deves apreciar os parques de lazer, a zona da Paisagem Protegida da Vinha, o Museu do Vinho e, sobretudo visitar a Gruta das Torres. É um lugar ímpar.

- Se atravessares a ilha, podes ir refrescar-te nas águas das Lagoas e apreciar as hortências, que circundam as estradas, para além de puderes apreciar a vegetação em geral – disse a Dourada, vaca avermelhada.

- Se quiseres eu estou disponível para te acompanhar, – disponibilizou-se a Baby, – pois ainda sou muito novinha e tenho curiosidade em aprender sempre mais sobre a minha casa que é esta ilha.

- Vamos, vamos – disse o António ansioso e cheio de pressa – Se vens comigo vamos embora porque, o dia passa depressa.

E lá foram o António e a Baby. Divertiram-se imenso. O António não se continha em explosões de alegria. Pararam para almoçar na Aldeia da Fonte. O António deliciou-se com um famoso caldo de peixe, enquanto a Baby, pelo jardim ingeria tenras e saborosas ervinhas e flores. Ao chegar junto de uns malmequeres, achou-os tão lindos que resolveu não os comer. Colheu dois. Colocou um na sua orelha e ofereceu o outro ao António. O dia chegava ao fim. Passara tão depressa.

António tinha de regressar ao seu habitat natural, mas prometeu regressar todos os anos, na Primavera e Verão, acompanhado pela sua família e amigos. Cumpriu a sua promessa e, é assim que, principalmente no Verão, todos os anos ocorrem ao Pico turistas para verem baleias e golfinhos que, principalmente brincam ao largo da costa, à espera da sua vez, para o António lhes proporcionar uma visita guiada pela ilha.

O António encontrou uma forma de divulgar as suas visitas, através do slogan: “ Se queres viver num bom ambiente, no Pico deves estar presente!”

E tu, quando vens descobrir as maravilhas desta ilha encantada?

6.º ano, turma C

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