16.4.18

MICROCONTOS - 8.º ANO - VIII SEMANA DOS SENTIDOS


“FOGO COME FOGO”
O pai, num jantar de angariação de fundos para aquela Corporação de Bombeiros, deu uma ordem ao filho:
— Fogo! Come, pá!

CONGELO
Sempre que entro em casa, bebo um sumo bem fresquinho. Com gelo.

UM PEQUENO ERRO
Um curioso a brincar num armário da cozinha, distraído, entrou pelo tubo do lava-loiça. Partiu.

PARTIU
Na cafetaria de um aeroporto:
— Desculpem-me, alguém sabe o que…
Partiu.


Numa casa de cinco andares – diz a lenda – assombrada, num dia escuro e frio.
Estava lá com o meu amigo:
GRITOU!


Era tão rico que cozia spaghetti de fios de ouro em água a ferver. A conta do banco evaporou-se.


Enquanto cozia massa, a água… E a casa, cheia de fumo.
Evaporou-se.


SORRIU
Nu. Edifício muito alto. Um homem louco empoleirou-se. Os bombeiros estavam prontos. O jornalista sorriu.

PELAS 21:00, O ILHÉU JÁ ESTAVA DEITADO
Em plena final da Champions League, o Zé Picaroto foi rasteirado implacavelmente pelo defesa adversário.

“ÁGUAS PASSADAS NÃO MOVEM MOINHOS”
Por serem assim, passadas, não moviam moinhos, mas raves.


Perseguido por um rottweiler, numa tarde de verão. Congelou.


“QUANDO PASSARES PELA TERRA DOS TORTOS, FECHA UM OLHO”
Na placa de início de localidade, li “         - vindo”.

“AMOR É FOGO QUE ARDE SEM SE VER”
Era um casal amoroso que jantava à luz de velas e no quentinho… tudo desapareceu.

“O QUE SE PERDE NO FOGO NA CINZA APARECE”
Numa aula de Química, perdeu-se nos olhos dela e foi encontrado pelos bombeiros com um isqueiro junto às bilhas de gás.
— Queimou-se…

GOSTOS REQUINTADOS
Fui a um restaurante gourmet, trouxeram-me pão, feijão e atum e pediram-me 50 euros. Levantei-me. No café da esquina, com 5 euros, comi feijoada de atum com pão.

AMARROU
Para não sair de casa, minha mãe…
— Como assim… na porta?

VITÓRIA RENHIDA
— Sempre queres ficar com os três pontos? – perguntou-me o capitão dos adversários.
— E o que é que você lhe respondeu? – quis saber o médico que me observava no hospital.

SOBREMESA A MEIO DO CANAL
Estava no Gilberto Mariano e fui ao bar.
Revirou.

ADORMECI
Levanto-me pelas oito da manhã com o raiar do dia acompanhado pelo cantarolar impetuoso do galo dos vizinhos e recordo vagamente a madrugada, a maratona daquela série policial.
Adormeço.

SOBREMESA A MEIO DO CANAL
Naquela manhã, eu e as minhas irmãs sentámo-nos a tomar o pequeno-almoço na Areia Funda. De repente veio uma onda, e sobre a mesa chegámos ao Faial terminando a refeição.


Congelou. Deixei o ar condicionado ligado. Regressei ao trabalho, e o meu portátil


Depois de o Capitão ter gritado “FOGO!”, o pelotão deu entrada na Unidade de Queimados.


SOBREMESA A MEIO DO CANAL
Um condenado saiu da prisão diretamente para o transporte que o levaria de volta para a liberdade. A meio do Canal o bote virou.
— Belo serviço!


Estava um homem a engolir o mar. Encalhou.


Como o dia começou para as gaivotas que bombardearam um continente inteiro:
- Descolar e atacar!

SOBREMESA A MEIO DO CANAL
Era um homem que estava sempre a comer. Decidiu ir ao Faial e deitou-se sobre a mesa.

“NA TERRA ONDE FORES TER, FAZ COMO VIRES FAZER”
Não comprei lá um mapa, preferi o manual de instruções.

SEDE
Um homem acordou.
Foi até à costa, onde começou a beber, a beber, a beber… e engoliu todo o mar.


Num domingo à tarde, o Joaquim ficou à espera de uma rosquilha com a sua família, mas nunca a recebeu. Então saiu à procura de alguma e quando a encontrou ficou com um olho negro.


Uma formiga viajou até à Antártida.
Congelou.


NADA
Dois namorados estavam numa linda praia e o rapaz aproveitou o momento para dizer o título.


SEXTA-FEIRA, 13
Estava numa viagem marítima atribulada
Vomitou. Um experiente velejador ia no seu iate de competição e
Foi desqualificado, pois não estava em condições. Então foi para casa, cujo caminho era sempre em frente, mas havia curvas.


VINDIMAS ANTES DE AGOSTO
Num dia de calor, o homem acordou bem cedo, vestiu o seu calção e a sua blusa. Sabe-se lá onde anda a uva que vamos vindimar.


O MAR. HÁ MAR? AMAR.
O mar, amar navegar no mar. Amar navegar o mar. Amar para amar do mar. Ah! Mar!


ESPÍRITO
Espírito Santo. Tão angelical, tinha um mau
Espírito Santo, que todos adoravam, mas com o passar do tempo perderam o
Fizemos um bom almoço de sopas para alegrar o nosso


O TOURO
Com o animal solto, os pássaros vão cantando e os homens no hospital entrando. Enquanto fugia dele, não me importava com o que o touro derrubava. Só queria ver se me safava.
— Sr. Manel, o doutor já o vai atender.


VINDIMA DURANTE A SEMANA
Fui vindimar para fazer sumo de laranja. Porém, no final, a sua cor era roxa; estranhei, mas depois lembrei-me que estava na quinta enganada. Tentei saltar o muro de pedra para não me apanharem. Mas acabei por cair em cima de uma cesta. À sexta.


Uma fogueira deixada sozinha. Veio uma tempestade à procura de uma amiga.
Apagou-se?


NADA
Vou nadar, vais nadar? Nadaremos em conjunto. Onde? Num mundo sem nada… está cheio de coisas.


Sem quilha. O planeta é como um barco gigante
Quando o equilíbrio se perde, o Homem faz o pino e dá cambalhotas.


VIAGEM DE BARCO
De madeira e pequenino, navegava no mar. Dois passageiros e o Sol a brilhar.
Passaram por um porto e o povo começou a estranhar, duas lagostas num barco… ah, e o protetor solar? Aqueles passageiros eram estrangeiros e, com os seus costumes, amaldiçoaram o nosso barco porque ficou sem gasolina — e foi direto para o buraco.


Num dia de muito bom tempo, o rali começou e os carros despistaram-se nas poças de água. E o rapazinho, que estava a comer pipocas, ficou alagado, alagadinho. Pobrezinho.
Foi para casa secar-se. Ficou seco, sequinho. Tão riquinho!


Um rapaz interessante, inteligente e simpático a surfar. É pena que o tubarão não tivesse tido boa onda.


Polvos. Andava à caça deles. Mas a única coisa que cacei foram
Mudei de lugar.


 O dia mais quente do verão. 56º à sombra. Tostadinho, à beira da piscina, derramei mais uma camada de protetor solar e virei a face para a brisa.
Arrefeceu.


Num dia ensolarado, uma família decidiu ir às compras ao Faial no Mestre Simão. Na volta para o Pico, aconteceu um acidente. Ficou encalhado, não tanto quanto os passageiros! O casco do barco sofreu uma rutura e começou a encher-se de água, por isso evacuaram todos e, desde aí, o Mestre Simão continua à chuva.



A ESCOLA DO MAR
Havia um aluno que, por mais que o professor lhe explicasse a matéria, ele “nada”, por isso as notas afogaram-no.


A HISTÓRIA DA JOSEFINA E DA SUA AMIGA MADALENA QUE ERAM VICIADAS NO SNAPCHAT, ONDE PARTILHAVAM FOTOGRAFIAS E MENSAGENS A TODAS AS HORAS DO DIA
Apagaram-se.


A VERDADEIRA HISTÓRIA DE UMA BREVE E SIMPLES GOTA DE ÁGUA TRANSPARENTE QUE, DURANTE A VIAGEM DA NUVEM ATÉ AO CAPÔ DO MEU CARRO, INVEJOU TODAS AS OUTRAS GOTAS QUE CONSEGUIAM CHEGAR AO NORTE E TORNAR-SE BRILHANTES CRISTAIS DE GELO OU SUAVES FLOCOS DE NEVE TÃO AMIGOS DOS SORRISOS DAS CRIANÇAS
Evaporou-se.


ESPÍRITO SANTO
Sopas. Eu só vou ao Espírito Santo comer
Nesse tempo, as pessoas são muito espirituosas; santas, é que nem por isso. Vão à igreja rezar, mas existe sempre a filha do vizinho, muito santinha pela frente… parece que não tem espelhos em casa.


LANCHA
Depois de um dia a navegar, o José chegou cansado a casa.
Depois da lancha, ele lancha.


Eu era um homem que navegava há já 20 anos em buscas de novas descobertas. A meio de uma viagem de regresso a casa, nas profundezas, servi de sobremesa.


Nada. Deves estar à espera de muitas coisas nesta história, mas só falo de um peixe que


O HOMEM QUE ENGOLIU O MAR - CASTING
“Nome: Sr. Marelinísio.
 Idade: número de vezes que a luz do farol dá em seu redor em 2 minutos.
 Residência: jangada de madeira com 15 m2 entre o canal Pico-São Jorge.
 Profissão: técnico de reparação de faróis e de embarcações.
 Hábitos: tomar banho na Areia Funda onde permanece na água durante aproximadamente 2 horas; frequenta o café Silva com regularidade.
 Estatura: alto, magro, barba e cabelo ruivos.
 Características: curioso, persistente.”
— Próximo!


O ILHÉU DEITADO DEU À COSTA
Certa vez, num dia de muito vento, chuva e mar bravo, estava o Carlinhos com os seus óculos de fundo de garrafa a contemplar a tempestade. De repente, exclama espantado:
-Olha, mãe, o ilhéu deitado deu à costa!!!
-Carlinhos, essa cabeça de lapas e cracas…


O MAR. HÁ MAR? AMAR.
Indiferentes às ondas do mar que se propagavam na costa, metemos o barco no mar.
Navegamos juntos sem leme e à deriva. Adormecemos com o balançar das vagas. Acordámos quando o sol nos queimou a pele.

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